GOVERNADOR ROGÉRIO ZANDAMELA PROCEDE À ABERTURA DO 50.º CONSELHO CONSULTIVO

O Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, procedeu, na manhã desta quarta-feira (5), à abertura do 50.º Conselho Consultivo do Banco de Moçambique (CCBM), na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado.

Visivelmente satisfeito com a abertura do evento, Rogério Zandamela começou a sua intervenção saudando todos os presentes e agradecendo ao Governo da província de Cabo Delgado e às autoridades municipais da cidade de Pemba pela hospitalidade, apoio constante e colaboração demonstrados na preparação do evento. O agradecimento estendeu-se à Comissão Organizadora e a todos os trabalhadores do Banco de Moçambique envolvidos no evento.

Seguidamente, o Governador, ainda em nota introdutória, referiu-se ao grande significado do Conselho Consultivo para o Banco, num ano em que se celebram também os 50 anos instituição.

“É reunidos em Conselho Consultivo que reflectimos sobre os desafios que se colocam ao nosso sistema financeiro e à economia em geral, avaliamos o caminho percorrido e definimos as prioridades que irão guiar a nossa actuação futura. Neste contexto, ao assinalarmos os 50 anos de existência do Banco de Moçambique e 45 anos do Metical, não celebramos apenas um marco histórico, mas renovamos o nosso compromisso com a consolidação da credibilidade da nossa instituição e fortalecimento da autonomia financeira e económica do País” – disse o Governador.

Passando em revista a programação do evento para os 3 dias de duração do Consultivo, Zandamela incidiu a sua intervenção em quatro tópicos principais. O primeiro, relacionado com o desempenho macroeconómico e financeiro do País, onde Zandamela fez uma retrospectiva detalhada do quadro macroeconómico, no presente ano, marcado por uma estabilidade contínua de preços, num contexto de recuperação gradual da actividade económica, pese embora um agravamento de 3,1 % no défice da conta corrente, nas transacções com o exterior, no primeiro semestre do presente ano, face a igual período de 2024.

“Ainda assim, considerando dados até finais de Outubro, as nossas reservas internacionais brutas mantêm-se em níveis confortáveis, um sinal importante de resiliência face aos choques externos, e um verdadeiro escudo de protecção à soberania nacional” – afirmou.

O Governador referiu-se também à robustez e estabilidade do sistema financeiro nacional, que passou, também, pelo reforço da educação financeira e protecção do consumidor, bem como por progressos significativos na inclusão financeira, resultantes da modernização do Sistema Nacional de Pagamentos, com destaque para a interoperabilidade entre as plataformas de pagamentos digitais e os bancos comerciais.

O segundo tópico incidiu sobre a postura da política monetária e cambial, tendo Rogério Zandamela destacado a actuação do Banco no sentido de dar continuidade ao ciclo de normalização da taxa de juro de política monetária e, no âmbito da política cambial, a implementação de medidas para reforçar a liquidez e fluidez no mercado cambial.

Passando para o terceiro tópico, as “reformas estruturais implementadas e em curso pela instituição”, o Governador destacou a aprovação da Estratégia de Transformação Digital do Banco de Moçambique, a preparação operacional para a gestão do Fundo Soberano de Moçambique, e o reforço das matérias de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, alinhadas com as recomendações do GAFI.

“Este reforço consolidou a integridade e credibilidade do sistema financeiro nacional e contribuiu para a retirada de Moçambique da lista cinzenta, a 24 de Outubro último, uma grande notícia para o País, que está a ser celebrada a nível internacional” – repisou Zandamela.

O quarto e último tópico abordado incidiu sobre as perspectivas macroeconómicas para 2026 para o curto e médio prazos, onde o Governador do Banco afirmou que antevê uma recuperação gradual da actividade económica. Sobre as projecções da inflação, disse prever-se a manutenção de níveis de um dígito no curto e médio prazo.

“Persistem, contudo, desafios relevantes. A nível interno, destaca-se o contínuo agravamento do risco fiscal, o ambiente de negócios desafiante, os choques climáticos e a necessidade de reformas estruturais profundas. No ambiente externo, sublinha-se a desaceleração da actividade económica global, a persistência da inflação e elevados níveis de incerteza” – declarou.

Zandamela terminou a sua intervenção expressando orgulho, apreço e gratidão aos trabalhadores da instituição, os quais, ao longos dos seus 9 anos de mandato, enquanto Governador, realizam o seu trabalho com dedicação, competência e profissionalismo, com esforço individual e espírito de união.

“É, pois, com este espírito de unidade, propósito e confiança no futuro que declaro aberto o 50.º Conselho Consultivo do Banco de Moçambique! Koshukuro! Assante sana! Muito obrigado!” – concluiu.